Armando de Oliveira Assis

Armando de Oliveira Assis foi um dos mais eminentes espíritas que, durante 25 anos sucessivos, serviu devotadamente à Federação Espírita Brasileira, da qual foi presidente.

Nascido em 27 de março de 1911 na cidade de Piracicaba, Estado de São Paulo, teve como pais Francisco Ribeiro de Assis, que exercia a profissão de dentista, e D. Adélia de Oliveira Assis.

Quando criança, frequentou a Escolinha do seu tio Vinícius, ou seja, do educador paulista e renomado espírita Pedro Camargo, que, aos domingos, reunia em torno de si os filhos e todos os sobrinhos, entre os quais se achava o então pequeno Armando, para ministrar-lhes as doces lições do Evangelho de Jesus, à luz do Espiritismo.

Completado os estudos primários, deixou a cidade natal para iniciar em Juiz de Fora, Minas Gerais, no Instituto Granbery, seus estudos secundários, que foram mais tarde concluídos no Rio de Janeiro, no Internato do Colégio Pedro II. Na sequência, diplomou-se em Direito pela Faculdade Nacional de Direito. Em 1938 foi admitido, por concurso realizado em 1937, no antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), onde fez brilhante carreira.

Em 31 de maio de 1938 casou-se com uma antiga colega de nome Helena Luzio, nascendo desse casamento dois filhos: Marco Aurélio e Fernando Augusto.

Entre suas atividades de caráter profissional, além da participação na administração pública federal, destaca-se sua atividade como professor da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (1960-1971) e também do Curso de Doutorado da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em entrevista ao conhecido radialista espírita Geraldo de Aquino, Armando de Oliveira Assis disse que, embora seus pais não fossem espíritas, ele recebeu orientação espírita desde a infância de parte do seu tio Pedro Camargo, conhecido nas lides espiritistas pelo pseudônimo de Vinícius,

Quando cursava a Faculdade de Direito, na idade entre 21 e 22 anos, fatos estranhos começaram a perturbá-lo quase que diariamente. Após uma sucessão de noites em que os fenômenos perturbavam-lhe até o repouso comum, ele decidiu então bater às portas da Federação Espírita Brasileira. A crise foi, logo depois, superada, e daí em diante Armando firmou seus passos no caminho que o levaria à realização das suas muitas e dignificantes tarefas na Seara Espírita, não só na tribuna da própria FEB, ocupada por ele com frequência, como nas de diversos Centros de do Rio de Janeiro e de outras cidades de diferentes Estados. Sua palavra era fácil, fluente, boa e amena, e por isso mesmo persuasiva, sempre estimada e bem recebida.

Após esse transe perigoso por que passara e que ele vencera totalmente, ao procurar a Casa de Ismael, não mais deixou de frequentá-la, assistindo a sessões, ouvindo palestras, construindo cada vez mais alto o edifício das suas convicções, até que em 1949 começou a participar da Diretoria da FEB, a convite do então presidente, Antônio Wantuil de Freitas. Sucessivamente reeleito, serviu à FEB durante cinco anos, até 1954, quando passou a Vice-Presidente. Neste cargo permaneceu, sempre reeleito, durante quinze anos consecutivos, juntamente com Wantuil de Freitas no cargo de Presidente. Ao lado deste, e logo no início de sua entrada para a Diretoria da FEB, viu nascer em 5 de outubro de 1949 o chamado Pacto Áureo, e, desde então, foi ele um dos mais convictos colaboradores de Wantuil, no esforço de difundir, entre todos, o verdadeiro sentido desse Pacto, bem como a compreensão da necessidade de sua implantação nas consciências e nos corações dos espíritas.

Em 22 de agosto de1970, com o afastamento de Wantuil de Freitas, o Conselho Superior da FEB elegeu, por escrutínio secreto e por unanimidade, uma nova Diretoria para a Instituição, tendo exatamente Armando de Oliveira Assis como seu Presidente. Assim eleito, o novo Presidente logo manifestou os seus propósitos de respeito à continuidade do programa da FEB, através de artigo editorial em "Reformador" de outubro de 1970, sob o título Programática Irreversível, pois que aquele programa, em realidade, provém do Alto, sob o comando e a inspiração de Ismael. O que não obsta, entretanto, esforços humanos de modernização, melhoria e progresso, que efetivamente deveriam ser e foram realizados em todos os Departamentos e Serviços da FEB, salientando-se a transformação do parque gráfico para ofsete, a reorganização da Biblioteca e da Livraria na Avenida Passos, com novas e funcionais instalações etc.

Logo no início de sua gestão ocorreu fato importantíssimo, que foi a inauguração no dia 3 de outubro da sede da Seção-Brasília da Federação Espírita Brasileira, entrando em funcionamento o Cenáculo, ou seja, o primeiro edifício do grande conjunto arquitetônico que hoje é a sede da FEB em Brasília e cuja concretização ocorreu pelo empenho do diretor Antônio Fernandes Soares. A essa inauguração compareceram, além da diretoria da FEB em sua quase totalidade, doze presidentes de federações espíritas estaduais, bem como representantes especialmente credenciados de todos os estados. Nessa ocasião houve a criação dos Conselhos Zonais, isto é, reuniões semestrais de cada grupo de federadas e uma reunião nacional plenária, de dois em dois anos. Criaram-se e instalaram-se estas reuniões com vistas à união e entendimento entre os espíritas do Brasil, através da aproximação, conhecimento e convivência, entre eles. Foi uma inovação no movimento espírita.

Armando de Oliveira Assis presidiu a Federação Espírita Brasileira no quinquênio 1971-1975, sendo sucedido por Francisco Thiesen. Sua desencarnação ocorreu no dia 1º de dezembro de 1988, aos 77 anos de idade.

(Fonte: Revista Reformador, da FEB.)



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